terça-feira, 6 de setembro de 2011


MUDANÇAS

Ana Jácomo

Quando nos dedicamos, com o coração, à busca do autoconhecimento, é inevitável que chegue um instante em que algumas mentiras que contávamos para nós mesmos passem a não funcionar mais. Os disfarces até então utilizados para fortalecer o nosso autoengano já não nos servem. Inábeis com a paisagem aos poucos revelada, às vezes ainda tentamos nos apegar a alguma coisa que possa encobrir a nossa lucidez, embaraçados que costumamos ser com as novidades, por mais libertadoras que sejam. É em vão. Impossível devolver a linha ao novelo depois que a consciência já teceu novos caminhos. Existem portas que se desmancham após serem atravessadas, como sonhos que se dissolvem ao acordarmos. Não há como retornar ao lugar onde a nossa vida dormia antes de cruzá-las. Da estreiteza à expansão. Da semente à flor. Do casulo às asas, nos ensinam as borboletas.

Um comentário:

  1. É dificil ás vezes me confrontar com a nova pessoa que me tornei, mas quando me lembro q esse ser "upgradizado" é melhor q o anterior, embora demore pra eu digerir tudo, prefiro viver o novo remasterizado do o velho, embora confortável, mas já inutil, diante de tanta coisa absorvida.

    CrisCarlos

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